Nos bastidores do comércio exterior, uma transformação silenciosa está mudando a forma como mercadorias cruzam fronteiras. A digitalização dos processos aduaneiros vem ganhando força, e com ela, surgem novas possibilidades para tornar o comércio internacional mais ágil, seguro e transparente.
Mas, como acontece com toda mudança profunda, o caminho não é livre de desafios. Em especial quando falamos das operações cross-border, onde diferentes legislações, sistemas e níveis de maturidade tecnológica precisam coexistir e conversar entre si.
Da Papelada à Automação: o Novo Cenário Aduaneiro
Quem trabalha com importação sabe: o processo aduaneiro sempre foi conhecido pela sua burocracia. São documentos para cá, aprovações para lá, prazos apertados e uma fila de verificações manuais. Por muito tempo, essa era a regra, e o impacto disso era sentido no bolso, no tempo e na previsibilidade das operações.
Felizmente, a tecnologia começou a virar esse jogo. A digitalização dos processos aduaneiros não é mais uma promessa distante: já é realidade em muitos países e, no Brasil, vem avançando de forma consistente. Hoje, com plataformas integradas e automação inteligente, boa parte do que antes era feito manualmente pode ser resolvida com poucos cliques.
Além de ganhar tempo, empresas reduzem erros, têm maior controle sobre suas cargas e conseguem enxergar com mais clareza cada etapa da operação. Isso significa menos surpresas e mais capacidade de se planejar.
DUIMP: um Passo Importante para a Modernização no Brasil
Aqui no Brasil, um dos avanços mais relevantes nessa transformação digital é a DUIMP – Declaração Única de Importação, que ainda está sendo implantada.
Essa nova ferramenta integra o chamado Novo Processo de Importação (NPI) e tem como objetivo tornar a importação mais simples, rápida e eficiente.
Na prática, a DUIMP substituirá a antiga estrutura, que exige diversos documentos isolados e etapas repetitivas. Agora, tudo é feito de forma centralizada, com dados padronizados e compartilhados entre os órgãos envolvidos, como Receita Federal, Anvisa, Mapa e Inmetro.
Outro ponto interessante é que o sistema permite o registro prévio das informações por meio do Catálogo de Produtos e do novo módulo de Licenciamento de Importação (LI). Isso ajuda a antecipar etapas, diminuindo o tempo de espera e facilitando o desembaraço das mercadorias.
Vale destacar que, no caso das exportações, o Brasil já conta com um sistema moderno e consolidado: a DU-E – Declaração Única de Exportação. Totalmente implementada desde 2017, a DU-E é considerada um exemplo bem-sucedido de digitalização no comércio exterior brasileiro.
Ela unificou e simplificou processos, reunindo informações de caráter administrativo, comercial, tributário, financeiro, entre outros.
Sua eficácia e operação estável mostram o potencial do modelo que agora se busca replicar também nas importações com a DUIMP.
Quais São os Ganhos Reais Dessa Digitalização?
Não é exagero dizer que os impactos da digitalização no comércio exterior vão muito além da redução de papelada. As empresas que já se adaptaram a esse novo modelo relatam ganhos significativos em diversas frentes:
- Menos erros, mais agilidade: com dados padronizados e automação, é possível evitar falhas que antes causavam atrasos ou penalidades.
- Redução de custos operacionais: processos mais eficientes demandam menos recursos e diminuem a dependência de retrabalho.
- Mais transparência: a visibilidade em tempo real das etapas da operação ajuda no planejamento e na tomada de decisões.
- Segurança e conformidade: o uso de tecnologias como blockchain e inteligência artificial torna mais fácil identificar inconsistências e garantir o cumprimento das normas.
- Vantagem competitiva: operar de forma mais ágil e previsível é um diferencial no cenário global.
Quais os Desafios para a Logística Internacional?
Mesmo com tantos avanços, o comércio internacional ainda enfrenta obstáculos importantes. Um deles é a falta de padronização entre os países. Enquanto algumas nações já operam com sistemas modernos e digitalizados, outras ainda dependem de processos manuais e burocráticos, o que dificulta a integração.
Outro ponto sensível é a interoperabilidade entre sistemas. Muitas vezes, as empresas precisam inserir os mesmos dados em diferentes plataformas, o que consome tempo e abre espaço para erros. Isso sem falar na questão da segurança digital e na necessidade constante de treinar equipes para lidar com novas ferramentas.
A Tecnologia como Parte da Solução
Diante desses desafios, o papel da tecnologia se torna ainda mais estratégico. Algumas soluções já vêm sendo adotadas por empresas que buscam se destacar no cenário internacional:
- Sistemas integrados de gestão (ERP, TMS, WMS): garantem maior controle das operações e facilitam o fluxo de informações entre setores e parceiros.
- Plataformas em nuvem: oferecem escalabilidade, acesso remoto e atualização constante, sem depender de infraestrutura física complexa. São uma alternativa mais segura para arquivamento de documentos confidenciais, além de reduzirem despesas com o armazenamento físico de arquivos.
- Big Data e análise preditiva: ajudam a identificar riscos, oportunidades e gargalos com base em dados reais.
- APIs e conectores inteligentes: facilitam a comunicação entre diferentes sistemas, reduzindo retrabalho e promovendo fluidez nas operações.
Além disso, a capacitação das equipes é parte fundamental do processo. Adotar tecnologia sem preparar quem vai usá-la é como ter um carro de última geração e não saber dirigir.
As Vantagens de um Bom Parceiro Estratégico
Para muitas empresas, especialmente as que estão começando a se aventurar no comércio internacional, navegar por esse novo cenário pode parecer complexo. É nesse momento que contar com um operador logístico experiente faz toda a diferença.
Na Toya Logistics, acreditamos que a tecnologia precisa ser aliada da experiência. Oferecemos não apenas ferramentas digitais modernas, mas também um time preparado para ajudar em cada etapa, além de parcerias para frete aéreo, rodoviário e marítimo.
A combinação entre conhecimento técnico, suporte personalizado e inovação é o que garante segurança e agilidade para os nossos clientes.
Conclusão
O processo de digitalização aduaneira ainda está em construção, mas os avanços já são visíveis. Com iniciativas como a DUIMP e o Novo Processo de Importação, o Brasil dá passos importantes rumo a um modelo mais ágil, moderno e integrado ao cenário global.
A Declaração Única de Exportação (DUE), por exemplo, simplifica e unifica informações antes dispersas em diferentes documentos, reduzindo burocracias e acelerando o despacho de exportações. Isso implica em um ganho significativo para a competitividade das empresas brasileiras no mercado internacional
Superar os desafios cross-border exige mais do que tecnologia: é preciso colaboração entre empresas, governos e operadores logísticos. Mas com planejamento, capacitação e as ferramentas certas, o comércio internacional pode se tornar mais eficiente, transparente e competitivo para todos.
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